A figura de Denis Diderot (1713-1784) está ligada principalmente ao extraordinário trabalho de edição da Enciclopédia, uma das manifestações mais representativas do Iluminismo francês e europeu. No entanto, Diderot foi muito mais do que um editor atento e meticuloso: compôs diversos textos filosóficos que se enquadram no ambicioso debate filosófico do século XVIII. Apesar da sua formação católica, Diderot criticou o cristianismo, chegando mesmo a posições deístas primeiro e decididamente ateias mais tarde, passando do dualismo cartesiano a um materialismo monista de caráter espinosista. Dedicou-se, em grande medida, à reflexão antropológica e à análise da sensibilidade e das paixões. Tratou também da estética, tendo escrito romances e peças de teatro. Este livro reivindica a profundidade do pensamento de Diderot, muito além das simplificações das quais ele foi objeto durante tanto tempo.